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O Dia na folia

Salvador
Quinta, 23 de fevereiro de 2006, 21h02 
Argentinos lucram com venda de abadás em Salvador
 
Vagner Magalhães
Direto de Salvador
 
Antônio Reis/Terra
Comércio paralelo de abadás no Jardim Brasil, em Salvador
Comércio paralelo de abadás no Jardim Brasil, em Salvador
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A agitação em torno do Carnaval de Salvador se deu na manhã desta quinta-feira com imensas filas para a retirada dos abadás - roupas que dão acesso aos trios elétricos, compradas com até um ano de antecedência. Mas como a oferta é menor do que a procura, quase que imediatamente o comércio paralelo passou a oferecer os mesmos abadás com preços mais altos.

A novidade deste ano, segundo os vendedores, foi a presença de argentinos no negócio. "Argentino é sacanagem. Os caras vêm aqui em ano de Copa do Mundo para faturar em cima de gente", queixa-se uma estudante universitária de Letras, que faz a venda paralela dos abadás há seis anos. "Há um grupo grande deles circulando por aí", diz.

Esse mercado é formado maioritariamente por "profissionais do ramo", que se dedicam ao comércio há mais tempo, por pessoas que encontram na venda uma forma de pagar o seu próprio abadá, por estudantes, e até por estrangeiros, que escolheram Salvador para ganhar um "dinheirinho" extra.

Apesar de não ser ilegal, os vendedores preferem se manter no anonimato, para preservação da "imagem". "Minha mãe acha que a esta hora eu estou na Costa do Sauípe. Mas venho aqui vender e garanto um dinheiro extra para os próximos meses", diz a estudante de Letras.

Os abadás comercializados por maior preço são os do trio Camaleão, comandado pelo Chiclete com Banana. Para cada noite, chegam a valer até R$ 900 no paralelo. Oficialmente, para três dias, custam R$ 1.700. Mesmo sem uma grande procura nesta quinta-feira, os comerciantes dizem que no fim das contas sempre dá para garantir lucro.

"Isso aqui é igual a uma bolsa de valores. Se tem muita oferta o preço cai. Se a oferta é pouca e a procura muita, o preço sobe. São os riscos do capitalismo", diz a estudante.

Entre os comerciantes, também há muita gente que ganhou os abadás de empresas, mas prefere lucrar com a venda. "Tenho quatro camisetas e estou vendendo cada uma por R$ 400. Se tudo der certo, termino o Carnaval com R$ 1.600 no bolso", diz uma das comerciantes. Aas camisetas em questão são do trio Voa, Voa, que tem também os integrantes do Chiclete com Banana.
 

Terra