Antônio Reis/Especial para Terra |
Gil afirma que Bono considera o Carnaval brasileiro um tsunami humano |
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Antes de embarcar para o Chile, o vocalista Bono, da banda irlandesa U2, afirmou em um telefonema ao ministro brasileiro da Cultura, Gilberto Gil, que gostaria de voltar a Salvador durante o Carnaval, mas desta vez anonimamente.
Bono ficou quatro dias na cidade e na última quinta-feira acompanhou a passagem dos trios da sacada do camarote de Gil. Justamente para evitar qualquer risco de tumulto, optou por não acompanhar o ministro em sua apresentação no Expresso 2222, no dia seguinte.
Durante as várias conversas que teve com Gil em sua estada em Salvador, Bono expressou ao ministro a sua impressão sobre o Carnaval da Bahia, que classificou como um "tsunami" popular.
"Ele ficou muito impressionado com a festa, com a disposição das pessoas em brincar o Carnaval. Bono disse que acompanhou a minha apresentação no Expresso 2222 pela televisão e que não consegue entender de onde sai tanta energia". Gil ofereceu a ele a seguinte explicação: "é uma coisa de alma, de cultura".
Gil conta que o cantor tem uma boa informação geral sobre o Brasil e um interesse especial pelo País. "O Bono mostrou um conhecimento amplo da condição de emergência do Brasil e do papel de liderança política que pode exercer entre os países na mesma condição."
Por sua vez, o ministro brasileiro disse que no caso dele, a interação com Bono durante esta semana foi muito aguda. Gil classifica o cantor irlandês como uma mistura de "pastor e chefe de Estado".
"Ele é uma pessoa muito interessada na vida humana. Na visão dele, a direita e esquerda deveriam estar unidas em um projeto de redução da pobreza no mundo", diz.
Gil encerrou a entrevista para acompanhar a passagem do amigo Durval Lélis, da Banda Asa de Águia, a partir de seu camarote. "Vou lá dar um alô para ele, pode ser?"
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