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O Dia na folia

Salvador
Segunda, 27 de fevereiro de 2006, 05h39  Atualizada às 06h50
Foliões de Salvador tomam Viagra, Tsunami e Sangue de Virgem
 
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Tsunami, Viagra, Sangue de Virgem e Amansa Corno. Até parece nome de bloco de Carnaval, mas na verdade são os drinques criados pelos vendedores ambulantes para chamar atenção dos foliões em Salvador.

"Depois daquela tragédia do tsunami, pensei em alguma coisa para derrubar o sujeito mesmo", contou o vendedor Edson Xavier dos Santos, 33 anos, que afirmou ter inventado a bebida para o Carnaval deste ano.

O drinque Tsunami leva uísque, tequila e conhaque. "Fui misturando, depois o pessoal provou e aprovou", disse o vendedor, que diz tirar entre 400 e 600 reais por noite.

Santos, que trabalha na festa de Salvador há 15 anos, também garante que foi ele o inventor da bebida "Viagra", há quatro anos. O drinque leva conhaque, amendoim, guaraná em pó, leite condensado, açúcar e mel.

Na mesma rua onde Santos trabalha, paralela ao circuito na orla Barra-Ondina, centenas de comerciantes viram a noite vendendo seus produtos. Outro que trabalha com drinques exóticos é Nilson de Souza Costa, 32 anos.

Na sua lista estão Sangue de Virgem (xarope de groselha, vodka e leite condensado) e Amansa Corno (maracujá, vodka e leite condensado).

A maioria das receitas dessas bebidas, que são feitas na hora, foi trazida de Camaçari, uma região perto de Salvador. Cada drinque é vendido por entre R$ 3 e R$ 5.

Nilson, que trabalha há 12 anos no Carnaval, disse que tira cerca de 400 reais por dia. "Antigamente era melhor, não havia tanta concorrência, a gente fazia uns R$ 1.500 por noite", disse o comerciante, reclamando também dos drinques que hoje são vendidos já enlatados ou engarrafados. Os drinques dividem espaços com as barracas de comida, que se tumultuam nas calçadas. Nelson Bastos, 18 anos, leva mais de 500 churrasquinhos de carne e queijo para vender a R$ 1 ou R$ 2,50.

"Ninguém quer ser funcionário, todo mundo quer ser patrão", disse o rapaz, que vendia sozinho seus churrasquinhos, abanando o carvão abaixo das carnes com um pedaço de papelão. "Tudo vende fácil aqui na Bahia, qualquer um pode ter sua barraquinha."

Não tão animada estava a baiana Bárbara de Jesus Santos, vendedora de acarajé.

"Tem um bocado de ambulante aqui, não dá pra competir com churrasquinho de R$ 1", disse Bárbara, 29 anos, 12 de Carnaval, enquanto vigiava as quatro panelas e bandejas de cocadas.

Mais ousado e otimista estava Alcebíades Santana, que vende pastéis de feira legítimos de São Paulo, como diz um cartaz em sua barraca. Em dois dias, já havia zerado seus custos para chegar a Salvador. Segundo ele, são 1.000 pastéis fritos por noite, além de 1.000 pizzas vendidas em pedaços.

"Há uma deficiência em relação a pastéis aqui na Bahia", disse o paulista Alcebíades. "A gente sente falta daquele pastel de feira, mais comprido."
 

Reuters

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