Antônio Reis/Especial para Terra |
A disputa de pênaltis em Salvador acontece nas ruas da cidade |
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Um pedaço de carpete no meio do asfalto, uma bola, uma trave artesanal, duas garrafas com água pela metade, um juiz e um apito. Assim começa a disputa de pênaltis do Carnaval de Salvador, um jogo de azar que paga R$ 3 para cada R$ 1 apostado. O mínimo para participar da brincadeira é justamente R$ 1.
Novidade na cidade neste Carnaval, o objetivo do jogo é derrubar com a bola as duas garrafas com um único chute. O juiz, que é o dono da "banca", se encarrega de fazer a narração e os comentários, enquanto tenta faturar em cima dos menos habilidosos.
As garrafas ficam a uma distância que somente com um chute preciso, no centro do espaço entre elas, permite derrubá-las.
Invariavelmente, as pessoas pedem para fazer um teste antes de apostar, o que é prontamente vetado. "Quer fazer teste? Procure o Bahia ou o Vitória", diz o "narrador". Os dois times de Salvador disputam neste ano a 3ª Divisão do Campeonato Brasileiro de futebol.
Segundo o segurança Edson "Dançarino", que se auto-intitula o criador da brincadeira, a probabilidade de acerto é de uma para cinco.
"Eu quase fui jogador profissional e de cada dez tentativas acertava duas. Foi aí que tive a idéia de colocar a brincadeira na rua", diz.
Apesar de a cobrança ser feita a cerca de dois metros do alvo, há quem não consiga nem sequer acertar o gol. A desculpa mais comum para os insucessos é que a bebida acaba tirando a "concentração".
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