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Salvador
Segunda, 27 de fevereiro de 2006, 21h23 
Axé e funk sofrem mesmo preconceito, diz DJ Marlboro
 
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Para o DJ e produtor Marlboro, que ajudou a consolidar o funk carioca no Brasil e no exterior, a axé music tem muitas coisas em comum com o som que vem dos morros cariocas, a começar pelo próprio preconceito que os dois gêneros sofrem.

"Tudo o que vier das camadas mais baixas da sociedade será discriminado", disse o DJ à Reuters, na madrugada de domingo para segunda-feira, em Salvador. "No Brasil, culturalmente se diz que não existe preconceito, mas há sim um preconceito velado que é pior que o declarado."

"O preconceito acaba sendo descarregado na cultura dessas pessoas, que é a capoeira, o axé, o funk, o samba", disse Marlboro, como é conhecido o carioca Fernando Luiz Mattos da Matta. "Só depois que a coisa quebra barreiras internacionais é que o pessoal fala ''não é que é bom mesmo?''."

Marlboro, um dos primeiros a reunir os funkeiros na coletânea "Funk Brasil 1989", estava no Carnaval de Salvador para tocar duas noites no camarote Expresso 2222, da mulher de Gilberto Gil, Flora Gil. Nesta segunda-feira ele toca na festa do Rio de Janeiro, em um camarote patrocinado por uma cervejaria.

Faz cinco anos que Marlboro toca em Salvador, sendo que duas vezes foram em cima de trios elétricos. Para ele, o funk já chegou ao Carnaval baiano há muito tempo.

"Quando vim em 2002, oito em cada dez barraquinhas tinham um som tocando funk e a galera dançando na rua",disse. "O problema é que se a gente escuta aqui, parece axé. Se escuta no Rio, parece funk. O funk tem isso de se fundir em todos os gêneros."

Para ele, a diferença entre o axé e o funk está na forma muito mais organizada do primeiro e no jeito como o segundo engloba tudo o que estiver ao redor, seja o hip hop, o rock, a eletrônica e o próprio axé. "A variação do funk é maior, mistura todas as vertentes de toda a cultura brasileira."

Ele disse ouvir todos os gêneros, como parte de seu trabalho como DJ e produtor, mas confessa que não se entende bem com o heavy metal, apesar de saber da legião de fãs que esse tipo de música movimenta.

"Nós é que somos maus decodificadores. Música é uma mensagem, não só de conteúdo, mas de melodia, de batida, de fazer dançar",disse o DJ.

Além de Marlboro, o Carnaval de Salvador recebeu Tati Quebra-Barraco, que tem tocado seus funks todas as noites no camarote Planeta Othon.

Ela estava agendada para tocar no trio de Ivete Sangalo, no sábado, mas acabou desistindo após ficar esperando ser chamada pela cantora por mais de três horas. No domingo, fez uma aparição relâmpago no trio da banda Tá Rindo de "Q".
 

Reuters

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