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São Paulo
Terça, 21 de fevereiro de 2006, 16h26  Atualizada às 17h20
Leandro de Itaquera promete beijaço gay no carnaval de SP
 
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Bandeiras do arco-íris irão colorir o carnaval de São Paulo deste ano, representadas por drag queens, travestis e militantes do movimento GLBT. Enquanto a Mocidade Alegre criou uma ala da diversidade, a Leandro de Itaquera promete um grande beijaço na avenida, em protesto à censura na novela América, da rede Globo.

"Vai ser nossa resposta para o beijo que não aconteceu entre o Bruno Gagliasso e o Erom Cordeiro", afirmou Emerson Nunes, diretor de comunicação da Leandro de Itaquera, cujo desfile terá um carro em homenagem à Parada Gay. "É para polemizar e questionar. O carnaval permite essa loucura."

O presidente da Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (APOGLBT ¿ SP), Nelson Matias Pereira, espera que esse espírito alcance todas as pessoas presentes no Anhembi.

"Vai ser o momento de confraternização, o beijo será de todos, inclusive nas arquibancadas. Faremos um beijaço para entrar para o livro dos recordes", contou ele à Reuters. O beijo será comandado pelo último carro da Leandro de Itaquera, que terá como destaque a transformista Salete Campari, condecorada com o título de Miss Drag Queen da escola.

Sempre de peruca loira e pinta inspiradas em Marilyn Monroe, Salete desfilará sobre um tucano gigante e será acompanhada por 20 dançarinos sem camisa, conhecidos como "gogo-boys", e por uma boneca feita em sua homenagem.

Sob o tema "A passarágua do samba orgulhosamente apresenta festas e tradições paulistas sobre as águas de um novo Tietê", a escola atravessará o curso de um rio imaginário com carros-caravela que relembrarão os principais eventos e personalidades do Estado.

Demais destaques presentes na ala da Leandro incluirão a drag queen Miss Biá, com mais de 40 anos de palco, a apresentadora de TV Faa Moreno e o modelo Dimas Caetano, capa da revista G Magazine.

No chão, desfilarão a diretoria da APOGLBT, travestis e militantes. As fantasias serão simples: calças brancas e uma camiseta nas cores do arco-íris.

"Mas as transformistas vão com a fantasia que tiverem em casa, que usam para sair para a boate. Tem que ser a vida como ela é", explicou Salete.

MOCIDADE ALEGRE

Outra escola que colocará o movimento GLBT em evidência é a Mocidade Alegre. Apesar de o samba-enredo sobre o rio São Francisco não fazer referências ao público gay, a escola apresentará também sua ala da diversidade.

A "Mãe D'água e o Pescador Encantado" será representada pela drag queen Silvetty Montilla, que desfilará com uma fantasia nas cores verde e laranja em tons cítricos, quase fluorescentes.

A ala será composta por 100 pessoas e terá um balé de pescadores organizado pelos integrantes da boate Blue Space.

As fantasias, que terão parte das vendas revertidas para instituições, foram criadas com a mesma paleta de cores da roupa de Silvetty e remetem a Iara, personagem do folclore que encanta pescadores e os atrai para o fundo das águas.

"O ambiente da escola é muito amigável. A idéia é dar abertura para que as pessoas saiam do armário", disse Franco Reinaudo, diretor de comunicação e eventos da Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (ABRAT GLS) e proprietário da Álibi Turismo, uma das realizadoras da ala junto com a Blue Space.

Segundo Silvetty, "às vezes, tem um monte de gay que gosta de dançar, mas fica com aquele receio de sair em ala. Essa da diversidade está com um grupo legal, um pessoal que frequenta a boate."
 

Reuters

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